Está habituada a conquistar medalhas e a subir a pódios, mas as lesões têm-na afastado das grandes competições. Aos 34 anos, promete manter o mesmo nível, mas agora numa área profissional completamente diferente.
Naide Gomes, atleta portuguesa especialista em salto em comprimento, estagiou durante sete semanas na Clínica de Medicina Física e de Reabilitação da Fundação CEBI para complementar a Licenciatura em Fisioterapia da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL), que conta concluir este ano. Confessou-nos que, brevemente, vai deixar as pistas para conquistar “medalhas de ouro noutros desafios”.
Que motivos a levaram a interessar-se pelo curso de Fisioterapia?
Tem tudo a ver com o desporto, obviamente. Comecei a sofrer diversas lesões desde muito nova e, por isso, sempre fui habituada a lidar com os tratamentos e com os fisioterapeutas, daí o meu gosto pela profissão. É evidente que a Fisioterapia é um universo, com várias áreas e valências, mas, como seria de esperar, a vertente desportiva foi sempre a que mais me cativou.
Como é que chegou à Clínica de Medicina Física e de Reabilitação da Fundação CEBI?
Vim ter aqui formação porque fui aconselhada por uma professora da ESTeSL a realizar um estágio na área pediátrica e, hoje em dia, ainda não existem muitas clínicas que trabalhem nessa vertente.
E como é estagiar nesta Clínica?
É bom. Inicialmente estava com muito medo porque não estou habituada a trabalhar com crianças, mas tem sido uma experiencia muito gratificante. Todas as pessoas com quem trabalhei são muito simpáticas, acolhedoras e têm um espirito muito positivo, por isso, só podia estar a gostar muito.
Considera que as fisioterapeutas que a acompanham têm contribuído para a sua evolução académica e profissional?
Sim, bastante. Eu não tinha experiência nenhuma com crianças e levo daqui muita bagagem, não só clínica como também de caracter pessoal. Ingressei numa equipa de trabalho, desenvolvi diversas capacidades e aprendi muito com os terapeutas da Clínica.
Vinha muito assustada e completamente de pé atrás, mas acabou por ser um desafio que estou a conseguir superar. Acho que estou a lidar bem com as diversas situações. Depois de sete semanas a estagiar aqui penso que vou saber reagir muito melhor de futuro. Ainda assim, para aprender temos que ser humildes, por isso vou continuar a procurar mais conhecimentos.
Para 2014, a atleta Naide Gomes não tem agendada nenhuma prova. Pode isto significar que os seus projetos profissionais passam, num futuro próximo, pela Fisioterapia?
Sem dúvida! O desporto é efémero e é por isso que eu quero terminar o curso o quanto antes. A Fisioterapia não surge só por esse motivo, até porque tudo o que eu faço é com gosto, mas neste momento estou lesionada e a ponderar o término da minha carreira, o que me obriga a pensar no meu futuro.
Isso significa que daqui por algum tempo vamos conhecer uma Naide Gomes fisioterapeuta?
Daqui por pouco tempo! (Risos) Acho que posso começar a trabalhar já no próximo ano, mesmo que, caso continue a treinar, isso me obrigue a conciliar a Fisioterapia com o desporto. Mas obviamente que vou esforçar-me para ser uma fisioterapeuta ao mesmo nível da atleta que eu sou.