Há mais “um sonho antigo” prestes a ganhar forma na Clínica de Medicina Física e de Reabilitação (CMFR) da Fundação CEBI. Ainda durante este ano, e com os olhos postos no futuro para responder às necessidades da Comunidade que abrange, a Clínica da CEBI passará a realizar Consultas de Avaliação de Dano Corporal, uma especialidade apropriada para “pessoas que sofreram acidentes de trabalho ou de viação”. A nova oferta médica estará a cargo de Diogo Portugal, Médico de Medicina Física e de Reabilitação desde 2018 na CMFR, que detém a competência específica da Ordem dos Médicos para estas avaliações.

“Como médico fisiatra o que faço é identificar a reserva funcional do utente e tentar otimizá-la”

À conversa com a Despertar CEBI, Diogo Portugal, que exerce funções também no Hospital Amadora Sintra, começou por explicar que “identificar problemas e tentar resolvê-los” sempre foi o seu dia a dia médico. É isso que procura fazer, junto dos doentes que acompanha: “como Médico Fisiatra o que faço é identificar a reserva funcional do utente e tentar otimizá-la”. Sempre, sem exceção, procurando devolver ou reestruturar a qualidade de vida de cada pessoa. 

"É importante podermos ter mais anos de vida, mas é ainda mais relevante termos mais anos com vida”, afirmou.

A exercer funções como médico há mais de cinco anos, Diogo Portugal acredita que “esta Consulta vem colmatar uma necessidade que a CEBI ainda não responde”. Apesar de existir uma oferta extremamente multidisciplinar, “esta é uma valência que ainda não está disponível e que vai seguramente ao encontro das necessidades da comunidade que nos procura”. Até porque, assumiu, “na Região não conheço mais nenhum local onde disponham desta avaliação”.

O desafio: “quantificar o dano, explicá-lo e traduzi-lo”

Formular um parecer ou relatório “o mais completo, objetivo e imparcial possível”, que permita saber e medir clinicamente “as sequelas, lesões ou incapacidades” que um doente adquiriu, temporária ou permanentemente, depois de um acidente de trabalho ou viação, é o principal objetivo da Avaliação de Dano Corporal. Uma consulta profundamente ligada a questões que envolvem, “o Direito do Trabalho e o Direito Civil”.

“Procuram esta Consulta pessoas que não estão de acordo com as avaliações das seguradoras e, por isso, são aconselhadas a procurar um perito ou especialista nesta área”, explicou o Médico Fisiatra. Por isso, as avaliações produzidas são depois levadas a um Juiz, que acaba por ser decisivo na resolução do litígio.

A complexidade de muitos casos é um dos maiores desafios em cima da mesa, a par “da quantificação do dano, da sua explicação e tradução”. É imprescindível “a clareza do discurso”, principalmente “ao traduzir a terminologia médica, que é muito específica, numa linguagem acessível a uma pessoa leiga nessa matéria”. Para além disso, como os processos legais são muito morosos, “o próprio sinistrado acaba por ter dificuldade em expressar as suas queixas reais”, sendo que “é muito difícil encontrarmos um doente com um estado emocional neutro porque, muitas vezes, quando chegam até nós, sentem-se pouco compreendidos e algo injustiçados”.

O ambiente clínico da CEBI “acaba por nos moldar de uma forma muito agradável"

Apesar de exercer funções na CEBI há pouco mais de um ano, Diogo Portugal reconhece na Instituição “uma casa de valores”. Para o Médico Fisiatra, estes são “a raiz da Fundação”, passam “para todos os que aqui trabalham”, que os têm “bem presentes na sua missão”. Esta dimensão “faz com que exista uma vontade extrema de ser cada vez melhor” e corresponder, em todos os momentos, às necessidades da Comunidade. Exemplo disso, referiu, “é o projeto para as Consultas de Avaliação de Dano Corporal” que está agora a ser desenhado.

A par desta característica, Diogo Portugal destacou ainda “o vasto e excelente leque de profissionais” da CMFR. A seleção dos mesmos foi “muito bem conseguida” e o ambiente clínico “acaba por os moldar de uma forma muito agradável”. Tendo em consideração que a Fisiatria funciona com “equipas de reabilitação”, a confiança entre todos é de extrema importância, “principalmente para o médico que está no topo desta equipa e tem que a gerir”. Norma geral, “as pessoas gostam de trabalhar aqui. E eu também gosto muito”, concluiu.


Conheça na integra a publicação dedicada à Clínica de Medicina Física e de Reabilitação da Fundação CEBI, que há 32 anos cuida da saúde da Comunidade de Alverca.



VOLTAR