

4
|
WWW.FCEBI.ORGmas pré-menstruais, centros de reabilitação e até Gabinetes de
Mediação Familiar. Há vírus de computadores, clonagens, enge-
nharias genéticas, biosferas,
scanners
, “comportamentos politi-
camente correctos” e Praças
Tian’anmen
. O mundo complica-se
e sofistica-se à velocidade da luz.
O sistema de protecção quer, assim, codificar as novas e com-
plexas realidades que se lhe deparam perante os olhos e os
costumes, cada vez mais apressadas e multicolores, edificando
leis para a novidade, emitindo regras que reproduzam o sentir
da comunidade que as legitima mas que delas espera uma fide-
lidade incontornável aos seus fluídos, às suas flutuações, às
suas marés, por vezes cheias, tantas vezes vazias.
Ora, é precisamente no reino do Direito da Família e das Crian-
ças e Jovens que tais transformações e conjunturas se fazem
mais sentir, já que estamos no terreno dos afectos, essas inde-
centes obsessões que povoam os sentidos e nos fazem trans-
portar ao recôndito mundo de nós próprios de forma ainda mais
pessoal e porque não clandestina.
Andar por vezes depressa demais, não aproveitando a experiên-
cia vivida de um sistema que demorou a arrancar mas que já dá
sinais de consolidação e sedimentação, é contraproducente e
desaconselhável.
Confiarei no profícuo e optimizante trabalho a efectuar pelas
duas comissões constituídas:
• uma para rever o sistema de ACOLHIMENTO, com aprofunda-
mento do seu modelo enquadrador, articulação com as institui-
ções da rede social, tentativa de diminuição do tempo de institu-
cionalização com a densificação de metodologias que para isso
contribuam e com o aprofundamento do modelo de acolhimento
que respondam às necessidades no âmbito do acolhimento de
emergência;
• outra, para rever o sistema da ADOPÇÃO, avaliando o seu
regime jurídico, reforçando mecanismos operativos e impri-
mindo dinâmicas procedimentais que concorram para a célere
concretização dos projectos de vida de uma criança.
Mas que estejamos todos bem conscientes que, por vezes, não
são as leis que têm de mudar, mas apenas as práticas que
delas fazemos…
Em 2013, nasceram pouco mais de 83 mil crianças em Portugal,
morrendo cerca de 107 mil pessoas.
Ou seja, morre-se mais do que se nasce, sendo, pois, hoje a
criança um bem escasso que urge cuidar o melhor possível, sob
pena de nos extinguirmos como espécie na voragem dos tempos.
Todos queremos qualidade de vida na infância – crianças que
tenham direito a doses equilibradas, por parte dos seus pais ou
cuidadores, de ternura, firmeza e bom trato.
E aqui não podemos falhar.
O Centro de Emergência Social (CES) da CEBI é um bom exem-
plo – celebra 20 anos de comunidade e de colo. Da boa arti-
culação entre os diversos organismos em prol do interesse da
criança.
Temos todos de estar permanentemente acordados pois essa
é a sua luz, aquela que ilumina os casarios e vigia as crianças
portuguesas ou aqui residentes no seu sono.
O sistema tem a sua porção de Poder na mão, mesmo traba-
lhando com consensos e consentimentos bem expressos.
Mas não tenhamos ilusões – o Poder só é necessário para fazer
o Mal.
E não esqueçam o principal -
para fazer todo o resto, muitas
vezes
, basta o
AMOR
!
Consagrados os direitos da criança, numa acepção ontológica
e ampla - reconhecendo-lhe a titularidade de todos os direitos
dos adultos, acrescidos dos que lhe são próprios, decorrentes
da sua condição de criança - exige-se, agora que os mesmos
sejam pensados e aplicados a partir da própria criança,
considerando a manifestação da sua vontade e opinião como
essenciais na tentativa de compreensão da sua singularidade
Álvaro Laborinho Lúcio em “Eu Sou um Cidadãozinho”
EMERGÊNCIA SOCIAL
| DESPERTAR CEBI
O Centro de Emergência Social da Fundação CEBI é um
bom exemplo - celebra 20 anos de comunidade e de colo.
Da boa articulação entre os diversos organismos em prol
do interesse da criança